8 de outubro de 2009

Antiguidades...

Mês de maio, faz muito frio nessa cidade. E aqui estou eu, sentada em minha cama tomando o meu café pra fumar. O pensamento voa longe e os sonhos se misturam as lembranças.
Olho pra os móveis tão imóveis do meu quarto e planejo uma mudança, uma nova maneira de me desorganizar. Está tudo empoeirado, precisando de cuidados.
Então eu?!... deixo tudo pra depois...
Nada consigo fazer sem essas idéias uma a uma em seu devido lugar, só voar, isso sim! E o tempo?! Ah... ele pára pra eu repousar.
No cinzeiro já não cabem essas ilusões, os meus planos já são grandes pra essa folha de papel. E eu?! Já nem caibo dentro de mim.
À noite fecho os olhos pra poder acordar e quando os abro já passou da hora de despertar.
O peso e a densidade da minha alma se tornam leves comparados a minha dor. Essa dor que cála e me acompanha aonde quer que eu vá. E é apenas isso, não tem um nome, nem uma razão. Todo mundo sabe dos meu olhos tristes e enquanto vivem abraçam também a solidão.
Descubro que a janela que escancaro quando vem o sol fica atrás de um muro, o muro atrás da rua, a rua fica atrás das montanhas e o horizonte então fica longe demais...