4 de dezembro de 2009

23 de novembro de 2009


Mas que infortúnio!

A morte surda caminha ao meu lado e eu não sei em que esquina ela vai me beijar.

Ah, eis me aqui, viva (acredito eu)... vegetando em frente a essa tela que suga o pouco que me sobra de energia. Argh eu penso, penso, penso sem parar... e isso me cansa!
Hoje o dia foi estranho, coisas loucas acontecem comigo as vezes. Me qualificaram como uma pessoa macabra, acredita? Pois é... pô só por que quando a minha amiga falou que não achava mais nenhum sentido em sua vida, eu ofereci uma corda que eu tenho aqui em casa, pra casos como este. Oh isso é realmente lamentável! A desgraçada não quis a corda... prefere morrer aos poucos afogada em seu mar de lágrimas... sendo assim, ofereci um submarino, ou quem sabe um barquinho de papel. Ela não quis novamente.
Então descobri o que ela realmente queria: não era ajuda pra cometer suicídio, muito menos pra continuar vivendo, ela queria mesmo era me levar pra dentro de sua escuridão pra não se sentir tão só dentro dela... ah faça-me rir, como se já não me bastasse os fantasmas 'mortos' que me tentam a noite, agora me aparece uma fantasma 'viva' cheia de amargura pra me dar.

14 de novembro de 2009

11 de novembro de 2009

HOJE NÃO DÁ, HOJE NÃO DÁ

NÃO SEI MAIS O QUE DIZER E NEM O QUE PENSAR
HOJE NÃO DÁ, HOJE NÃO DÁ
A MALDADE HUMANA AGORA NÃO TEM NOME
HOJE NÃO DÁ...


"PEGUE DUAS MEDIDAS DE ESTUPIDEZ,
JUNTE TRINTA E QUATRO PARTES DE MENTIRA
COLOQUE TUDO NUMA FORMA
UNTADA PREVIAMENTE
COM PROMESSAS NÃO CUMPRIDAS.
ADICIONE A SEGUIR O ÓDIO E A INVEJA,
AS DEZ COLHERES CHEIAS DE BURRICE.
MEXA TUDO E MISTURE BEM
E NÃO SE ESQUEÇA: ANTES DE LEVAR AO FORNO
TEMPERAR COM ESSÊNCIA DE ESPÍRITO DE PORCO
E UM TABLETE E MEIO DE PREGUIÇA."


HOJE NÃO DÁ, HOJE NÃO DÁ...
ESTÁ UM DIA TÃO BONITO LÁ FORA
E EU QUERO BRINCAR.
MAS HOJE NÃO DÁ, HOJE NÃO DÁ.
VOU CONSERTAR A MINHA ASA QUEBRADA E DESCANSAR.
GOSTARIA DE NÃO SABER DESTES CRIMES ATROZES,
É TODO DIA AGORA E O QUE VAMOS FAZER?
QUERO VOAR PRA BEM LONGE MAS HOJE NÃO DÁ
NÃO SEI O QUE DIZER E NEM O QUE PENSAR...


SÓ NOS SOBROU DO AMOR
A FALTA QUE FICOU.
Oh Não!Oh Não!


eu nao botei os pés no chão.

10 de novembro de 2009

9 de novembro de 2009

Ah, se eu aguento ouvir

Outro não, quem sabe um talvez
Ou um sim
Eu mereço enfim...
É que eu já sei de cor
Qual o quê dos quais
E poréns, dos afins, pense bem

Ou não pense assim...

Eu zanguei numa cisma, eu sei
Tanta birra é pirraça e só
Que essa teima era eu não vi
E hesitei, fiz o pior
Do amor amuleto que eu fiz
Deixei por aí
Descuidei dele, quase larguei
Quis deixar cair
(tsc tsc)
Mas não deixei
Peguei no ar
E hoje eu sei
Sem você sou pá furada.
Ai! não me deixe aqui
O sereno dói

Eu sei, me perdi

Mas ei, só me acho em ti.
Que desfeita, intriga, uó!
Um capricho essa rixa; e mal
Do imbróglio que quiproquó
E disso, bem, fez-se esse nó.
E desse engodo eu vi luzir

De longe o teu farol

Minha ilha perdida é aí
O meu pôr do sol.

8 de novembro de 2009

7 de novembro de 2009

Diluído

Estou com frio, estou feio
Estou sempre confuso com tudo
Posso encarar milhares de olhos
Mas todo sorriso esconde uma mentira deslavada

Isso coça, da raiva, acumula e respira
Meus heróis estão mortos, eles morreram na minha mente
Tire do bando, esprema a dor
Algo dentro de mim abriu de novo

Meus pensamentos resumidos
Todas as pequenas falhas que eu neguei
Esqueça o hoje, esqueça tudo que aconteceu
Todo dia eu vejo mais algumas deficiências
Eu não tenho vergonha de ser uma completa catástrofe

Que diabos - eu fiz - pra merecer - tudo isto?

5 de novembro de 2009

A gente sempre destrói aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza de um carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destróem com um beijo,
os valentes, destróem com a espada.

1 de novembro de 2009





Trecho do livro Mastigando Humanos de Santiago Nazarian:

Animais humilhados
Humanos obscuros
Objetos animados

"O gosto dos subterrâneos foi o que me tornou incapaz de sentir qualquer outra coisa. Vocês sabem, quando se está mergulhado em excessos, não se pode estimular papilas individualmente. Todos esses tóxicos que saem pelos canos, toda essa comida industrializada tiveram um efeito ainda maior na minha cabeça que no meu paladar - e hoje sinto que tenho várias faculdades mentais prejudicadas. Mas, provavelmente, muitas outras evoluídas. Afinal, se não houvesse passado pelo que eu passei, não haveria graça em contar a minha história. Não seria novidade nenhuma mais um jacaré alimentando-se de capivaras. Com a boca aberta sob o sol. Palitando os dentes com passarinhos. Ah, seria uma aventura bucólica que eu nem teria capacidade de organizar em sentenças, pontuadas, se minhas funções mentais não tivessem sido alteradas.
(...) Concordo que poderia ter sido diferente, eu poderia ter seguido outros caminhos e não ter me lesado tanto. Mas vai saber o que uma simples friagem não poderia fazer em mentes demasiadamente protegidas, ou o efeito tóxico da noz-moscada na comidinha caseira, ou o lapso permanente - a paralisia cerebral- provocada ao dizer pecan pie em um quarto de hotel. Se a destruição é inevitável, ao menos que seja saborosa...
No fundo somos todos iguais, no fundo do mar, do esgoto, da terra. Todos a agir, apenas alguns a pensar. Os que pensam, pensam, pensam sobre suas próprias ações, as mesmas ações dos outros, não mudam em nada os atos em si. Talvez para aqueles que não pensem possam se identificar. Os que não pensem possam ler e refletir, e continuar, para não afundar. Mas o que estou dizendo?..."

30 de outubro de 2009

Desiderata (essencial)

"Ouça, agora a sabedoria do sábio: "Siga placidamente em meio ao barulho e à pressa e lembre-se da paz que se encontra no silêncio. Tanto quanto possível, sem se humilhar, viva bem com todas as pessoas. Fale sua verdade, clara e mansamente. E escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes; eles também têm uma história para contar.
Evite as pessoas escandalosas e agressivas; elas aflingem o espírito. Se você se comparar com os outros, pode se tornar vaidoso ou amargo, pois sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você. Viva intensamente seus ideais e o que você já conseguiu realizar. Mantenha-se interessado em sua carreira, por mais humilde que seja; ela é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos. Tenha cautela em seus negócios, pois o mundo é cheio de armadilhas. Mas não deixe que isso venha a cegá-lo para a presença da virtude; muitas pessoas lutam por grandes ideais, e em todos os lugares a vida é cheia de heroísmo.
Seja você mesmo. Sobretudo não finja afeição. Nem seja cínico quanto ao amor; pois, diante de toda aridez e de todo desencanto, ele é tão perene quanto a relva. Aceite delicadamente o conselho dos anos, renunciando graciosamente às coisas da juventude. Cultive a força do espírito para proteger-se em caso de um inesperado infortúnio. Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão.
Ao lado de uma disciplina saudável, seja gentil cosigo mesmo. Você é filho do universo, assim como as árvores e as estrelas; você tem de direito a estar aqui. E, quer você entenda, quer não, o universo está se desenrolando como deveria. Portanto, fique em paz com Deus, seja qual for a forma que você o concebe. E, quaisquer que sejam seus trabalhos e aspirações, na confusão ruidosa da vida, mantenha a paz em sua alma. A despeito de todas as fraudes, enganações e sonhos perdidos, este ainda é um mundo belo. Seja alegre e esforce-se para se feliz."


Texto extraído do livro Filhos do Universo. Mas até hoje não se sabe ao certo quem foi o autor de desiderata...

25 de outubro de 2009


"Inteligência é organizar seu próprio caos..."



24 de outubro de 2009

Noites iguais

'Equinócio'


Andei lendo a respeito, pois tal assunto me causou curiosidade e surpresa. Eu descobri, tardiamente, que durante dois dias no ano, e apenas nesses dois dias, acontece de fato igualdade entre opostos. Um balançeamento perfeito entre a bem aventurança e a desgraça: os equinócios.
Os dois equinócios são pontos de equilíbrio. Dia e noite são iguais, ou seja, têm exatamente o mesmo tempo de duração e a energia flui com firmeza. Mas eles apresentam temas distintos: o de primavera representa um período de descanso partindo para a ação, enquanto o de outono representa uma preparação para o descanso.
Os ocultistas reconhecem estes períodos como épocas de grande tensão psíquica e as mais frequentes aparições espectrais ocorrem em março e setembro, coincidentemente na época dos equinócios.
Essa informação pode nos dar a idéia de contradição: Como podem representar tensão se eles são o símbolo do equilíbrio entre a luz e as trevas? Mas é algo aparente, pois períodos de equilíbrio são exatamente os pontos em que o véu entre o visível e o invisível fica mais delicado... justamente por estarem equilibrados.
Seria um paradoxo dizer que fatos como os equinócios, eclipses e afins não podem ser explicados convincentemente apenas pelos astrônomos?
(...)
Penso que há muito mais entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia, como ja dizia Sheakspeare em suas divagações.
E eu fico me perguntando: Em que você acredita?
Tem tanta coisa acontecendo no mundo. Tantas coisas ja aconteceram - boas ou más, talvez as duas coisas juntas, mas nunca indiferentes. A verdade é que conhecemos e sabemos tão pouco... e além do mais a história é sempre contada por alguém que não estava lá. Inevitavelmente no meio de tantas informações, muitas vezes, e não poderia ser diferente, nos sentimos num beco sem saída pensando: "Em que afinal devo acreditar?"

22 de outubro de 2009

Fabuloso Destino

São tempos difíceis para os sonhadores.
E mesmo assim, Amélie sonha...



16 de outubro de 2009



"Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim... por que não importa o quanto os dias sejam perfeitos eles sempre têm que acabar."

10 de outubro de 2009

A bailarina

Num arco-íris ela descansa
enquanto sonha, brinca e ri
e faz tanta coisa de criança
e por isso sái, cái
e fica sem par na dança,
voando alto pro aí
esperando a esperança...

8 de outubro de 2009

Antiguidades...

Mês de maio, faz muito frio nessa cidade. E aqui estou eu, sentada em minha cama tomando o meu café pra fumar. O pensamento voa longe e os sonhos se misturam as lembranças.
Olho pra os móveis tão imóveis do meu quarto e planejo uma mudança, uma nova maneira de me desorganizar. Está tudo empoeirado, precisando de cuidados.
Então eu?!... deixo tudo pra depois...
Nada consigo fazer sem essas idéias uma a uma em seu devido lugar, só voar, isso sim! E o tempo?! Ah... ele pára pra eu repousar.
No cinzeiro já não cabem essas ilusões, os meus planos já são grandes pra essa folha de papel. E eu?! Já nem caibo dentro de mim.
À noite fecho os olhos pra poder acordar e quando os abro já passou da hora de despertar.
O peso e a densidade da minha alma se tornam leves comparados a minha dor. Essa dor que cála e me acompanha aonde quer que eu vá. E é apenas isso, não tem um nome, nem uma razão. Todo mundo sabe dos meu olhos tristes e enquanto vivem abraçam também a solidão.
Descubro que a janela que escancaro quando vem o sol fica atrás de um muro, o muro atrás da rua, a rua fica atrás das montanhas e o horizonte então fica longe demais...